No mundo em constante evolução, as tecnologias exercem um papel fundamental não apenas no modo como adquirimos conhecimento e transformamos o pensamento, mas também na maneira como ressignificamos as relações pessoais e vivenciamos as experiências cotidianas. Quem diria que estaríamos fazendo coisas inimagináveis até 20 anos atrás?
O crescimento acelerado no consumo por dispositivos digitais revela uma tendência cada vez mais forte da nossa sociedade: é preciso estar conectado se quiser ser parte atuante no meio em que se vive. Para as gerações mais jovens, o uso tecnologia está diretamente relacionado à formação da identidade e à construção do conhecimento.
Necessidade dos novos tempos
É claro que os benefícios oferecidos pelas ferramentas tecnológicas são substanciais: a quebra de várias barreiras de comunicação; a possiblidade da troca de informações; a facilidade dos serviços e soluções mais ágeis para adversidades habituais do dia a dia; a promoção da inclusão social e integração de ideias; o entretenimento em larga escala, com a inovação da linguagem artística e criativa.
Com efeito, a vida humana permanece sendo afetada em diferentes aspectos – político, econômico, social, culturalmente – e é em meio ao turbilhão de novidades que estamos sempre nos adaptando às circunstâncias e incorporando diversos dispositivos à rotina. Mas, acompanhar esse ritmo frenético de mudanças ainda parece um desafio para muita gente.
Ao mesmo tempo em que os recursos tecnológicos facilitam processos e constituem uma nova lógica para as dinâmicas diárias, eles também podem se tornar verdadeiros vilões. Muitos pais, por exemplo, não refletem sobre o tempo exagerado que os filhos passam utilizando os smarthphones, notebooks ou tablets, não impondo os limites necessários de uso.
O lado negativo
É imprescindível considerar que uso excessivo das tecnologias acarreta uma série de prejuízos para a saúde e bem-estar. Muitas horas na frente das telas geram transtorno do sono, ansiedade, sedentarismo, problemas auditivos e oculares, tensão muscular e dificuldade de socialização.
Os impactos causados no comportamento de crianças e adolescentes influenciam diretamente no desenvolvimento das habilidades e na produtividade. A longo prazo, isso pode comprometer a sua formação como um todo, afetando a autoestima e autonomia, comprometendo o amadurecimento diante da realidade.
Diante desse contexto, é interessante destacar uma questão importante: se os pais não têm práticas positivas e perdem horas navegando na internet, mergulhados em assuntos pouco instigantes, logo, os filhos acabam reproduzindo a mesma atitude. Que tal refletir a respeito e descobrir outras possibilidades mais saudáveis de se relacionar com as tecnologias?
Bom senso e equilíbrio são primordiais
A família e a escola devem ser parceiras na condução e orientação do tempo de uso dos dispositivos digitais, apresentando diversas formas de agregar valor ao aprendizado e abrir os horizontes para explorar as infinitas oportunidades de conteúdos educativos na rede.
Além disso, algumas ações podem ser bastante eficientes para estabelecer hábitos na rotina da garotada:
- Não proibir o uso da tecnologia como forma de punição por alguma conduta inadequada, procure ensiná-los por meio do exemplo;
- Faça acordos quanto aos horários de utilização do computador ou celular, para não atrapalhar as demais tarefas;
- Conheça os temas de interesse do seu filho e o ajude a explorar melhor seus gostos;
- Monitore a movimentação dele na internet, para evitar o acesso a conteúdos impróprios;
- Realize outras atividades longe das telas: fazer exercícios físicos ao ar livre; desfrutar da companhia de um bom livro; aprender receitas novas; investir em jogos de tabuleiros; fazer piquenique com os amigos; passear com os pets, etc.
Ao executar boas escolhas, definindo prioridades, avaliando os limites e utilizando moderadamente, é possível conciliar responsabilidade e prazer, aproveitando as vantagens do universo digital para ter uma melhor qualidade de vida.
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